domingo, 16 de junho de 2019

AMIGOS DO MUSEU DO MARAJÓ REUNIDOS NA CASA DO POEMA EM BUSCA DE BOM FUTURO PARA CRIATURADA DE DALCÍDIO.

Resultado de imagem para imagem casa do Poema UFPA

A casa do POEMA é sede do programa Trópico em Movimento, da Universidade Federal do Pará (UFPA), na cidade universitário do Guamá; Belém do Para. Está situada à margem do rio de Guamá na confluência com o igarapé Murutucu, tendo sido construída, em 1993, para sediar o Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA), do Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) em cooperação internacional com a Alemanha.


Resultado de imagem para logomarca tropico em movimento



16 de Junho de 2019
40 anos sem Dalcídio - Dia de Alfredo


À distância, no Rio de Janeiro, Dalcídio Jurandir viu que o inventado "museu" do padre Gallo na beira do lago Arari, em Santa Cruz (àquela altura ninguém sabia ser, de verdade, o primeiro ecomuseu brasileiro); e as cooperativas do bispo Angelo Rivatto em Ponta de Pedras, terra natal do escritor de "Chove nos campos de Cachoeira"; foram as melhores notícias que ele recebeu, na longa estada carioca, a respeito da sorte de sua criaturada grande logo após ele ter ganho o ambicionado Prêmio Machado de Assis (1972), da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto da obra.

Em Marajó, entretanto, as pedras que somos se achavam terrivelmente desunidas depois de breve euforia levantada pela fundação da Prelazia promovida à Diocese de Ponta de Pedras sob ventos descoloniais vindos de Roma na reforma eclesial promovida por João XXIII e Paulo VI. A antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição de Ponta de Pedras (1737) dava margem a feias discórdias e mágoas na família missionária marajoara, que a autobiografia de Giovanni Gallo, "O homem que implodiu"; conta e a crônica da memória popular continuada refaz ainda na fala de velhos contadores de causos. 

Hoje, todavia, estão mortos os principais protagonistas desta singular história da gente marajoara. Eis que é tempo de evocar a Oração de São Francisco - não importa se o caboco crê ou não nas virtudes da paz -, carece meditar a respeito da terra e da gente deste mundo de águas grandes. Pegar o azedo do limão e fazer dele uma boa limonada para todos que tem sede de fraternidade: pregar a reconciliação ampla e geral em todas as ilhas grandes e pequenas, de dentro e de fora; da beira mar até à terra firme na Floresta-divisa territorial do Marajó com Cametá e Xingu; fazer aflorar a amorosidade da vida unindo e ligando as pedras que nós somos; para fazer renascer sonhos e esperanças da Criaturada herdeira de 1500 anos de ecoCultura Marajoara.

Em verdade, é disto que se trata da reunião dos Amigos do Museu do Marajó! interessando a cada um e a cada uma marajoara habitantes de mais de 500 comunidades da Amazônia Marajoara!

Para as populações tradicionais a história da reconquista do território da memória poderá ainda ser marcada, entre "cacos de índio"; pela invenção do Museu do Marajó, em 1973, na modesta cidade ribeirinha de Santa Cruz do Arari. Cerca de vinte anos depois, foi a vez da Universidade Federal do Pará (UFPA) brindar os notáveis esforços socioambientais da Diocese com o empolgante programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA), na então preservada agrovila de Praia Grande, a mais próxima comunidade marajoara em relação à cidade grande de Belém do Pará por via fluvial. Esta vila está situada a três quilômetros por via terrestre da antiga "aldeia das Mangabeiras" (vila de Mangabeira), berço histórico do município de Ponta de Pedras em 1686. Lugar que implora para servir de base a um ecomuseu municipal. Com paróquias em Curralinho, São Sebastião da Boa Vista, Muaná, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari (recentemente, São Miguel do Pracuúba) a Diocese de Ponta de Pedras compartilha a Ilha do Marajó (cerca de 50 mil km², um território maior do que os Países Baixos) com a Prelazia do Marajó (sede da prelatura em Soure). As obras sociais da Diocese contavam então com duas dinâmicas cooperativas mistas: uma delas, com perfil de escola de artes e ofícios, era dotada de estaleiro naval, barcos de transporte, marcenaria e carpintaria, olaria, cantina e um setor de turismo que, diversas vezes, deu apoio a visitantes e colaboradores das obras sociais da igreja católica vindos de diferentes partes do país e do exterior atraídos pelas notícias sobre o que estava em movimento nestas partes da grande ilha do Marajó. 

A cooperativa rural havia clara feição kibutziana e estava ela voltada à agricultura familiar em 14 agrovilas organizadas pelo serviço social da Diocese podendo ser referência a um projeto de reforma agrária "ad hoc" para trabalhadores sem terra das próprias localidades marajoaras. Quem é versado na literatura de Dalcídio Jurandir, suscitada através de atividade nas escolas; pode pensar na "reforma agrária" do rio Paricatuba, chance de turismo literário diferenciado, com exemplo do DIA DE ALFREDO; lendo as páginas do romance "Marajó" no percurso das agrovilas da velha "cooperativa da Nella". Considerável oportunidade para a agroecologia nesta cooperativa onde se achavam remanescentes de famílias migrantes do Nordeste refugiadas das grandes secas de fins do século XIX. 

Por último, esta cooperativa filha da Diocese de Ponta de Pedras, que recebeu o POEMA na agrovila de Praia Grande; fechou parceria com a EMBRAPA para elaboração e execução de projeto-piloto de agricultura familiar sustentável, na agrovila de Jaguarajó. Entretanto, apesar das expectativas levantadas erros de direção foram cometidos, tempo e dinheiro desperdiçados e tudo aquilo acabou melancolicamente em nada ou quase nada. Agora, no território da memória que um roteiro ecomuseológico poderia suscitar; restam vestígios daquele breve tempo de boa-venturança. Poderia ter sido melhor? Sem dúvida. 

Entretanto, de qualquer forma resta enorme experiência que não deve ser desperdiçada de maneira nenhuma, tanto pelos acertos quanto por eventuais erros. Ninguém deve considerar insucesso das "Cooperativas da Nella" porque, de fato; não se trata de perda irremediável, mas de etapas em evolução em um processo histórico que tem raízes dos tempos dos chamados Nheengaíbas e das sesmarias dos barões de Joanes, uma peculiar acumulação de conhecimentos que a Universidade, em sentido geral seja ela pública ou particular; deve aproveitar no ensino, pesquisa e extensão de novas gerações desta região singular do Trópico Úmido planetário - portal das regiões amazônicas. 

O POEMA deu lugar ao programa interdisciplinar Trópico em Movimento , que integra institutos da UFPA e conecta ações de relações internacionais no Trópico Úmido na América, África e Ásia. O novo programa interdisciplinar e de extensão universitária da UFPA é legado do inovador programa do passado recente, o qual teve importante experiência na Amazônia Marajoara e agora poderá ter marcante atuação estratégica no delta-estuário amazônico, através dos campi da UFPA em Breves e Soure ou, diretamente, do campus do Guamá, no contexto regional da Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Acredito que o programa Trópico em Movimento agregaria muito bem importante componente, caso venha firmar parceria com o Ecomuseu da Amazônia e a Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC) com a finalidade de estudar a criação do EcoMuseu Casa do Poema. Este faria interface inclusive para fora dos muros da cidade universitária, levando extensão aos bairros da região metropolitana, notadamente os bairros do Guamá e Terra Firme vizinhos ao campus Guamá. 

Falando meramente como cidadão e defensor "perpétuo" da Criaturada grande Dalcídio, vislumbro eu ainda possibilidade da Reitoria da UFPA à qual o Programa está vinculado, autorizar incorporação ao âmbito da casa do Poema do barco-motor Curupira, atualmente no âmbito do Instituto de Geociências (IG), que por desuso está aparentemente se deteriorando na beira do rio. Vindo a ser o velho barco imobilizado permanentemente junto ao conjunto museológico da cidade universitária do Guamá. Desta maneira, o "Curupira" teria sua memória preservada, servindo de atrativo turístico a par da casa do POEMA. 

Os 12 campi da UFPA, reanimados pela mensagem discreta do "índio sutil" acompanhado do "marajoara que veio de longe"; adotariam modo geoestratégico novo de uma universidade multicampi do Trópico Úmido, que eles são de fato e de direito. Todos, sem exceção, abririam suas portas afórum Museu Amazônia integrando vasta rede educadora de cidades, vilas e povoados constituída de pontos de cultura, associações e centros comunitários, escolas de bairro e lugares de memória. 

Pelo acima exposto, pode-se dizer então que o POEMA foi, de certo modo, filho caboco da ECO-92. Ele apesar de idoso não morreu e ainda hoje suscita descendência, planta árvores e escreve livros... Quando o Poema nasceu, era ele um menino sadio, bonito e inteligente veio ao mundo sob ramos de verdes esperanças da Floresta Amazônica, foi parido da Cobra grande no seio das águas amazônicas. Batizado pelo sol e a chuva com este lindo nome que poderia atiçar ainda uma revolução poética, o programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA) tirou da beira da história famílias ribeirinhas que antes nem sonhavam com semelhante oportunidade. Como no caso do projeto Praia Grande, em Ponta de Pedras na ilha do Marajó; para aproveitamento de fibra de coco na indústria de automóveis. 

Claro que, no ponto de vista rasteiro da Criaturada; a emenda foi pior que o soneto... Pena que o verdejante projeto se acabou sem deixar alternativa à altura. Para os benfeitores, contudo, a história é outra: ajuda demais gera dependência com risco da tal sustentabilidade econômica cair do cavalo... 

É normal que quaisquer projetos tenham eles começo, meio e fim. Entretanto, quando empresas, governos ou instituições se envolvem com comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas precisam eles redobrar cuidados de comunicação social adequada em relação às comunidades. Nós devemos lembrar sempre as obras pioneiras do poeta Bruno de Menezes para implantação do Cooperativismo, do antropólogo Nunes Pereira, no Departamento de Caça e Pesca; de Dalcídio Jurandir no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) e outros, de modo que as populações amazônicas compreendessem a mensagem. Em tempos de hegemonia da ECOLOGIA, mais que nunca, tudo está interligado, lembram-se? Logo, Madre Olvídia Dias, naquele longínquo dia em Ponta de Pedras à margem do rio Marajó-Açu; foi profeta das pedras ligadas ente si... 


PLANTANDO UMA SEMENTE DE IDEIA:
PROJETO ARARI


Vinte anos depois dos inícios do POEMA, o programa Trópico em Movimento poderia talvez reinvestir no desenvolvimento socioambiental da Criaturada grande de Dalcídio - desta feita no município de Cachoeira do Arari, melhor dizendo, na Bacia Hidrográfica do Arari; a bordo da Revitalização do Museu do Marajó e reconstrução da Casa de Dalcídio Jurandir -, donde as duas margens do rio desde suas nascentes no lago Arari até a foz face à ilha de Santana e boca do Caracará. Paisagem cultural da negritude por excelência a par dos quilombos de Salvaterra. 

Para melhor expor minha ideia, dou como sugestão título de Projeto Arari, a um conjuntos de ações que me ocorreram pensar após a reunião dos Amigos do Museu do Marajó realizada na casa do POEMA, no dia 12 último. A cidade de Cachoeira do Arari está localizada à margem esquerda do rio Arari - "rio das araras", aves chamadas de diversos nomes populares da espécie Ara ararauna entre as quais arari, arariúna, araruna... Hoje em dia, as ditas aves araris estão desaparecidas ou são extremamente raras na microrregião Arari, que leva este nome devido à ave símbolo do bioma marajoara no longo passado. 

Lembro-me que em Trinidad e Tobago a espécie Ara ararauna nativa foi extinta, todavia um exitoso projeto de reintrodução da ave trouxe de volta ao país a "arara azul" (arara una, em tupi). Mais recentemente, no Pará o IDEFLOR-Bio conseguiu reintroduzir a Ararajuba (arara amarela) ao ecossistema do Guamá, onde esta especie de ararinha estava extinta. Quer dizer, da mesma forma seria possível uma tentativa de repovoamento dos campos e matas da bacia do rio Arari com araraunas podendo causar, com certeza, impacto positivo em toda Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA Marajó), que foi criada nos termos do Parágrafo 2º, VI, do Artigo 13, da Constituição do Estado do Pará: única unidade de conservação determinada pelo texto constitucional. A APA-Marajó contém em seu território diversas outras unidades de conservação, tais como a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Itatupá-Baquiá (RDS Itatupá-Baquiá) - pelo rio Baquia ou ainda jovem Dalcídio Jurandir andou lecionando aos filhos de um dono de seringal -, a Reserva Extrativista de Mapuá (Resex Mapuá) - em cujo território, em 17 de agosto de 1659, foi feita a paz entre os sete caciques Nheengaíbas de um lado e de outro portugueses e tupinambás no memorável acordo do "Rio dos Mapuaises" celebrado pelo padre Antônio Veira, que deu cabo a mais de 40 anos de guerra nas Ilhas desde a tomada do Maranhão aos franceses -; a Reserva Extrativista Terra Grande - Pracuúba (Resex Terra Grande - Pracuúba) e a Área de Proteção Mata do Bacurizal, no município de Salvaterra. A APA-Marajó é base para candidatura da Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia ao programa da UNESCO Homem e Biosfera (MaB)

Portanto, um projeto microrregional tendo por leit motif uma ave nativa, com afinidades ao espírito do MaB, localizado na bacia do rio e lago Arari que deu nascimento à cultura marajoara ancestral (ano 400 depois de Cristo) e viu surgir o primeiro curral de gado (1680); terá condão de despertar as populações locais para a importância de recuperação do seu patrimônio natural, cultural e histórico. Tratar-se-á de um projeto rebocador cujo motor de arranque deve ser a revitalização do Museu do Marajó integrada à reconstrução da casa de Dalcídio em Cachoeira do Arari. Mais valia do turismo cultural e da educação das crianças arariuaras, mobilizando a mídia em geral e a sociedade, gerando notícias e informação sobre a Amazônia Marajoara, de modo a fomentar a vocação econômica do Marajó com vantagem para o ecoturismo de base na comunidade com geração de empregos e renda local. 

Fato que poderia ser realçado na área geográfica do campus da UFPA de Soure, se um projeto como vimos de sugerir acima; houver foco no Museu do Marajó dotado de extensão ecomuseológica baseada na antiga residência do escritor Dalcídio Jurandir - o famoso Chalé do romance "Chove nos campos de Cachoeira" e outras obras do ciclo romanesco tendo o personagem Alfredo como condutor da narrativa - indo a extensão museal em direção a mais de 500 comunidades locais em todo território da mesorregião Marajó. Com certeza que o programa Trópico em Movimento, herdeiro do revolucionário POEMA; não se intimida com o panorama ambiental internacional e interdisciplinar na faixa tropical da América, África e Ásia. Portanto, muito menos não recusará o desafio do "maior arquipélago fluviomarinho do mundo" no delta-estuário do maior rio da Terra.



A arari (Ara ararauna, Linnaeus, 1758), também conhecida como arariuna, araruna, arara canindé, arara-de-barriga-amarela, arara-amarelaarara-azul-e-amarelaararaí e canindé, uma das mais conhecidas representantes do gênero Ara, sendo uma das espécies emblemáticas da Reserva da Biosfera do Cerrado, como poderia igualmente vir a ser da Reserva da Biosfera do Marajó, que desde 2003 está pendente de formalização de candidatura pelo Governo do Estado do Pará. "Arara" provém do tupi a'rara e "Arari" provém igualmente do tupi ara'ri


     


Imagem relacionada




ECOS DA PRIMEIRA REUNIÃO DOS AMIGOS



Dia 12 passado cheguei cedo a casa do Poema, meu bom amigo professor Sergio Munes foi quem possibilitou agendar a reunião ali. Eu estava naturalmente ansioso pela chegada dos amigos e a primeira pessoa conhecida que lá vi chegando foi ninguém menos que o coordenador do Trópico em Movimento, o "teuto-caboclo" Thomas Mitschein. Nós não nos víamos há certo tempo, desde os tempos do POEMA em Ponta de Pedras... Na verdade, naquele tempo, não tínhamos lá muita proximidade. Mas, na manhã do dia 12 foi agradável surpresa e oportunidade como dois velhos amigos prontos a começar logo a falar dos motivos da reunião dos Amigos do Museu do Marajó na casa do Poema. Uma conversa de tão bom astral que contei minha última utopia: fé no conceito de ecomuseu inventado pelo francês Hugues de Verine... Isto que se chama coincidência! Nem que se tivesse marcado horário, Thomas estava curioso para saber mais a respeito do assunto... E por certo a professora Terezinha Resende, do Ecomuseu da Amazônia, iria chegar logo. 

Conforme combinado, cerca das nove horas da manhã chegaram os representantes do Museu do Marajó todos juntos vindos de Cachoeira do Arari (Marajó): o presidente Eduardo Jorge Portal, da associação comunitária mantenedora do museu; Otaci Gemaque, vice-presidente; Lino Ramos, assessor da Secretaria de Turismo e Cultura - Cachoeira do Arari (SETEC) cedido ao museu para prestar assessoria cultural e membros da Irmandade do Glorioso São Sebastião. Thomas Mitschein, gentilmente, conduziu-nos todos ao auditório da casa e nos deu boas-vindas explanando ligeiramente a finalidade do Trópico em Movimento retirando-se em seguida.

A reunião pautou-se pela informalidade. O presidente Eduardo Jorge se apresentou como homem do povo do interior do município, nascido em Retiro Grande, que conquistou mandado de vereador em cinco pleitos chegando a presidir a Câmara Municipal neste momento. Que nestas circunstâncias foi chamado a presidir a diretoria do Museu do Marajó, não por dispor de conhecimento para o cargo, mas compreender a necessidade de manter o patrimônio legado pelo padre Giovanni Gallo ao povo cachoeirense e também sua vontade em aprender a história da referida instituição. Mas, estando ele há pouco tempo no cargo, tendo acontecido o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro; por precaução o Ministério Público recomendou vistoria técnica do Museu do Marajó pelo Corpo de Bombeiros. Este achou pontos de risco de incêndio no prédio de exposição, infiltrações no telhado e rachaduras nas paredes, determinam fechamento ao público. A notícia sensibilizou a sociedade e autoridades, tendo o governador do estado, Helder Barbalho e a Secretária de estado de cultura, Úrsula Vidal visitado o museu e assinado compromisso para sua reforma, que ainda não começou. Razão pela qual o presidente Eduardo Jorge aceitou convite para vir a reunião na cada do POEMA reafirmar pedido de colaboração.

Em seguida, o sr. Otaci Gemaque, o amigo Tacica; vice-presidente da diretoria; que conviveu de perto com o padre Gallo durante muitos anos sendo artífice de diversas peças em exposição, que foram confeccionadas sob orientação do próprio padre; fez relato emocionado dos motivos de fechamento temporário do museu e sua lenta decadência após a morte do fundador, em 2003. O assessor cultural Lino, reiterou apelo aos amigos para colaborar na revitalização do museu. Apontou possibilidade de exibição do documentário O Ajuntador de Cacos, filme de Paulo Miranda; como parte de campanha de arrecadação de fundos para o museu de Cachoeira do Arari. 

Sérgio Nunes, assumiu a direção dos trabalhos e pediu organização de pauta e indicação para possível projeto a ser praticado. José Varela ponderou ser oportuno continuar a reunião sem formalidade naquele momento e que posteriormente um apanhado de idéias e sugestões deveria servir de base para discussão mais aprofundada. Era dizer que o conhecimento mútuo dos membros do grupo seria a primeira finalidade da reunião. No que foi acatado.

Em seguida, Paolo Carlucci falou rapidamente de seu trabalho jornalístico como correspondente de imprensa italiana na Amazônia. Que, ao contrário do que lhe fora solicitado, um pedido de ajuda direta ao governo na Itália sob argumento da origem italiana do padre Giovanni Gallo, poderia redundar em perda de tempo. Paolo achava melhor um ou mais artigos em língua italiana divulgando a história do Museu do Marajó. Um direcionamento dos artigos poderá ser feita, notadamente ao Ecomuseu de Turim e ao da Sardenha, dentre cerca de uma centena de outros ecomuseus existentes na Itália que possam vir a se interessar por um possível intercâmbio com o Museu do Marajó e em interessar turistas italianos a viajar a Amazônia a fim de conhecer a ilha do Marajó, particularmente Cachoeira do Arari. 

Então, chegou a vez da professora Terezinha Resende, coordenadora do Ecomuseu da Amazônia e presidente da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC) manifestar seu posicionamento. Ela reiterou disposição anterior em ajudar o Museu do Marajó a superar as atuais dificuldades. Enquanto, a professor Lúcia Santana, do Museu Paraensen Emílio Goeldi, coordenadora do Fórum de Museus; discorreu sobre sua recente visita a Cachoeira do Arari a fim de estudar "in loco" possibilidades de parceria do dito fórum com o Museu do Marajó. Informou trabalho em andamento para criação do museu comunitário de Marapanim e pesquisa para formalizar rede de museus locais em todo interior do estado do Pará. Finalizou ser intenção do Fórum apresentar projeto específico destinado a cooperar à revitalização do Museu do Marajó. 

No encerramento da reunião, a professora Graça Santana colocou à disposição da diretoria do Museu do Marajó a sua experiência de anos frente às coleções de antropologia indígena e africana do Museu Goeldi; assim como no projeto RENAS coordenado pela professora Lourdes Furtado; um frutuoso trabalho com populações de pescadores artesanais e coletores de caranguejo no Salgado. Atualmente, a professora Graça Santana se encontra no voluntariado do Ecomuseu da Amazônia, através do qual poderá também colaborar na revitalização do Museu do Marajó. Thomas Mitschein, solicitou, aparte a fim de agradecer mais uma vez a presença dos Amigos do Museu do Marajó e convidá-los a voltar mais vezes.


CACOS DE ÍNDIO, RESTOS DE GENTE DE DIVERSAS DIÁSPORAS, PONTAS DE PEDRAS QUE SE REFAZEM NO FUNDO DO MAR NUMA INFINITA ESPIRAL EVOLUTIVA DO TRÓPICO ÚMIDO EM MOVIMENTO.



Resultado de imagem para fragmentos de cerâmica motivos ornamentais marajoara

"O nosso padre italiano é admirável ... Que qualidades de sábio e repórter! O povo, os bichos, as águas sabem conviver com ele. O padre enfrenta a realidade, não simplifica. Tem uma dose de compreensão da mais alta. Lendo-o fico com as minhas raízes marajoaras estremecendo." (Dalcídio Jurandir, correspondência com Maria de Belém Menezes).



Resultado de imagem para fragmentos de cerâmica motivos ornamentais marajoara





Resultado de imagem para fragmentos de cerâmica motivos ornamentais marajoara



Pela divulgação da Ciência a gente sabe que uma pequena parte de material contém o todo. O oceano é a soma de uma enorme quantidade de gotas de água, casa uma destas formadas de moléculas compostas de H²O... A Terra é antes o planeta Água e o corpo humano feito de 60% de água; nosso cérebro é formado de 80% de água... A Educação deve ser um processo continuado desde o nascimento dos seres humanos. Não sem razão, diz o ditado popular: "morrendo e aprendendo". 

Por acaso, o amigo Vadiquinho deu ao padre Gallo o maior presente que ele poderia esperar (cf. "Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara", com prefácio de Denise Schaan). Esta a maior herança do Museu do Marajó tendo potencial de formar. juntos ao segmento acadêmico, mestres e doutores capazes de elevar a Cultura Marajoara ao patamar superior da ecocivilização amazônica do futuro.



Imagem relacionada












Um comentário:

  1. Play the best free slot games online
    Here at Shootercasino you can find loads of free online casino games for 제왕 카지노 먹튀 you to choose from. You can choose between slots that are  Rating: 5 · ‎1 vote

    ResponderExcluir