"Em Janeiro de 2009, Cachoeira do Arari homenageou DALCÍDIO JURANDIR, pelo seu centenário de nascimento, com uma caminhada muito animada com cantorias com Ronaldo Silva, as crianças com seus instrumentos rústicos e contando com a ajuda de muitas outras pessoas para chegar até a casa onde morou o maior romancista da Amazônia onde foi feita a homenagem final. Registrei minha presença na janela de Dalcídio, aliás eu e meu neto Bruno. Este ano na Semana Santa,estive em Cachoeira e pra meu espanto, da casa não restou nada além de mato, embora tenha sido tombada pelo Governo do nosso Estado"
Marli Braga Dias, blog Encanto Caboclo.
O chalé original retratado nas paginas do romance
seminal "Chove nos campos de Cachoeira", de Dalcídio
Jurandir. Objeto de projeto para reconstrução pelo
Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico
e Cultural, da SECULT-PA.
CERTIDÃO DE TOMBAMENTO
NÚMERO DE PUBLICAÇÃO: 192270
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA
DIRETORIA DE PATRIMÔNIO
DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO
ARTÍSTICO E CULTURAL
CERTIDÃO DE TOMBAMENTO
NÚMERO DE PUBLICAÇÃO: 192270
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA
DIRETORIA DE PATRIMÔNIO
DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO
ARTÍSTICO E CULTURAL
CERTIDÃO DE TOMBAMENTO
proteção do patrimônio histórico, artístico, natural e cultural do Estado do Pará", a partir da
presente data fica TOMBADO sob a denominação "Antiga Residência do Escritor
Dalcídio Jurandir" o bem imóvel sito à Avenida Coronel Bento Miranda, n° 621, esquina
com a Travessa Alfredo Pereira, bairro de Petrópolis, município de Cachoeira do Arari,
Arquipélago do Marajó, Estado do Pará.
O tombamento, na forma da Lei, deverá ser inscrito no Livro Tombo n° 03 -Livro de bens
imóveis de valor histórico, arquitetônico, urbanístico, rural, paisagístico,
como: obras, cidades, edifícios e sítios urbanos ou rurais , pertencente ao
Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), da Secretaria de
Estado de Cultura (SECULT).
O bem tombado terá área de entorno definida por raio de 100m, medidos a partir do limite
do terreno onde o imóvel está localizado, conforme dispõe a Lei Estadual n° 5.629/1990,
art. 30, parágrafo único.
Publique-se e cumpra-se.
Secretaria de Estado de Cultura, 14 de dezembro de 2010.
LUIZ FLÁVIO MOURA DE CARVALHO
Diretor Departamento De Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural/DPHAC/DPAT/SECULT
LÉLIA MARIA DA SILVA FERNANDES
Diretora de Patrimônio -DPAT/SECULT
Homologo:
CINCINATO MARQUES DE SOUZA JUNIOR
Secretário de Estado de Cultura -SECULT
TENTATIVA DE PSICOANÁLISE DO 'CARMA' DO MARAJÓ.
A palavra 'carma' vem do sânscrito karma, língua culta da Índia antiga; que significa 'ação'. Ela aparece em textos hinduístas e budistas cerca de 600 anos antes de Jesus Cristo. O carma, pois, se refere ao longo processo histórico de formação e evolução da mãe Terra com todas suas crias, desde o barro dos começos do mundo até os dias de hoje na era do ciberespaço. Numa palavra, o carma é o primitivo nome da História natural e cultural confundidas, para o bem e o mal, na vida de cada criatura...
E o Marajó velho de guerra com isto? 5 mil anos de ocupação humana das terras baixas da América do Sul; 1600 anos da Cultura Marajoara, a primeira ecocivilização da Amazônia contemplam a Criaturada grande de Dalcídio Jurandir!
Para decifrar o carma marajoara a gente quer fazer parte da cidadania brasileira e do mundo ora em reconstrução. A Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA Marajó) deve ser reconhecida como Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia, no Programa Homem e Biosfera (MaB), da UNESCO. Com esta unidade de conservação do bioma fluvial-marítimo amazônico (segunda na Amazônia brasileira e sétima da rede brasileira de reservas da biosfera, em conjunto com os biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Serra do Cipó, Pantanal e Amazônia Central), as populações tradicionais da Amazônia Marajoara serão chamadas a assumir protagonismo nunca dantes neste país.
Biosfera diz respeito à vida de todos seres da Geosfera, incluindo o Homem. E o conjunto de seres pensantes forma a Noosfera considerada a terceira etapa de existência de nosso planeta: as ações do longo passado da Terra estão sempre presentes e podem eventualmente ser modificadas no futuro. Cada bioma e ecossistema tem vida própria: noutras palavras, 'carma' singular.
Qual a peça mais velha e a mais nova do Museu?
O visitante do Museu do Marajó não deve adentrar à exposição sem antes saber quais são as peças a mais antiga e a mais nova do acervo. O carma individual do viajante, nesse instante, se confundirá com o tecido de ações coletivas que geraram o musēum (templo das musas), lugar sagrado de inspiração e consciência. Consciente do aqui e agora de um museu criado com "cacos de índio" (fragmentos de cerâmica pré-colombiana deixadas ao leu pelo arrombamento e o saque dos 'tesos', sítios arqueológicos), o viajante do mundo há de refletir a respeito de todos os museus do mundo. Para que eles servem? Uma urna marajoara de mais de mil anos de existência pode acordar a consciência da brasilidade para a existência das primeiras nações do gigante da América do Sul.
É claro que as ações individuais do menino italiano Giovanni terminaram por o converter em missionário jesuíta na misteriosa e canibalesca Amazônia (cf. Giovanni Gallo, "O homem que implodiu", autobiografia) e, consciente e inconscientemente, no berço da civilização marajoara ele leva o choque fatal da implosão de sua vida individual de cosmopolita de primeiro mundo para se batizar humildemente caboco nas águas do Arari. Rio de extintas araras 'unas' (azuis)... Quando digo choque do padre dos pescadores na modesta paróquia de Santa Cruz do Arari (ler "Marajó, a ditadura da água) penso eu no carente bairro do Choque, na histórica Cachoeira do Arari onde o padre insubmisso ao bispo e tenaz opositor ao prefeito foi asilar-se.
Compelido a bater em retirada daquele seu sui-generis eco-museu avant la lettre chamado O Nosso Museu de Santa Cruz do Arari (1973-1981), que viria a surpreender o criador do conceito de ecomuseu, Hugues de Varine. Por acaso, o ecomuseu do lago Arari de fato, veio a ser precursor do museu comunitário O Nosso Museu do Marajó (1981), transferido apressadamente, em 1983, para instalações virando tapera e curral de éguas da falimentar fábrica Oleoginosas de Cachoeira do Arari (OLEICA).
Recebido de braços abertos pelo povo e autoridades, o Museu do Marajó em Cachoeira abriu suas portas em 1984. O padre iria purgar ainda os seus pecados no altar do Museu e finalmente enterrar os seus ossos, em 2003, antes de ser declarado e crismado pelo povo reincarnação de um grande pajé e cacique marajoara. Se o povo português sob inspiração do poeta trovador Bandarra pôde ressuscitar o rei dom Sebastião, por que a curiosa gente marajoara com a fé ancestral do caruanas não poderia operar semelhante prodígio que o antigo fado lhe outorga?
Quem sabe história e geografia da Amazônia Marajoara concorda com a afirmação de que é do Pará a primeira cultura complexa da Amazônia e a arte primeva do Brasil - a Cerâmica Marajoara -, que hoje se acha espalhada por grandes museus nacionais e estrangeiros. Parte desse patrimônio disperso fora da ilha ancestral da amazonidade foi definitivamente perdida no incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro. Fato que representa uma dupla alienação para a gente marajoara - a Criaturada grande de Dalcídio Jurandir -, despossuída de história e desterrada de seu chão ancestral.
Em 1939, em Salvaterra então pertencente a Soure, o índio sutil ganhador do Prêmio Machado de Assis de 1972; deu início à série literária Extremo Norte, com o romance Chove nos campos de Cachoeira seguido de Marajó. Roteiro literário passando pelas Ilhas, Baixo Amazonas, Belém, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul... O padre Giovanni Gallo sem conhecer Hugues de Varine inventou o nosso primeiro ecomuseu e sem ler Dalcídio criou o inovador museu comunitário da terra adotiva do escritor de "Chove nos campos de Cachoeira". Na juventude, o futuro romancista queria ser enterrado debaixo da árvore Folha Miúda na beira do rio em frente ao chalé, quando morreu (1979) o sepultaram no Rio de Janeiro... Tantos rios na vida desse marajoara fora de série. O padre envelheceu e morreu no chão de Dalcídio, escreveu três livros, plantou um bosque ao lado do museu no qual um pé da idolatrada Folha Miúda, preparou o teso para demonstração aos turistas, que lhe serviu de túmulo.
Por tudo isto acredito que está mais do que na hora de levantar o Chalé no Choque ao pé do Museu: boa vizinhança entre o romancista da criaturada grande e o padre dos pescadores.
Em primeiro lugar, cientes do carma que nos toca como coletividade, carece acordar sobre aonde queremos chegar. Modestos no tamanho da passada, mas ambiciosos do esperançar da chegada do futuro.
Com esse objetivo em mente, será útil uma agenda a par da AGENDA 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir de um Protocolo-Quadro entre a Associação O Nosso Museu do Marajó e a Prefeitura Municipal de Cachoeira, possibilitando a esta dotar o MUSEU DO MARAJÓ de orçamento financeiro corrente e representação jurídica com interveniente perante a União, Estado do Pará e organismos internacionais para trato de assunto de interesse do museu;
Mediante o instrumento supracitado, promover concurso para elaboração de projeto contemplando hipótese de repatriamento de cerâmica arqueológica que se acha em museus estrangeiros ou remoção de peças de cerâmica marajoara de museus nacionais para um novo e adaptado Museu do Marajó no futuro;
Reconstrução do chalé de Dalcídio Jurandir no conjunto de equipamentos museológicos do Museu do Marajó para fins de turismo literário, conforme projeto de 2010, que acha no Departamento do Patrimônio Cultural, da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT-PA);
Em convênio com a Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC), confiar a esta interesses do Museu do Marajó junto ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), notadamente para criação de extensão ecomuseal do MdM destinada a envolver o município de Cachoeira do Arari em sua totalidade e os mais municípios marajoaras, sobretudo Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras e Santa Cruz do Arari na rota gastronômica do queijo do Marajó.
Em 1939, em Salvaterra então pertencente a Soure, o índio sutil ganhador do Prêmio Machado de Assis de 1972; deu início à série literária Extremo Norte, com o romance Chove nos campos de Cachoeira seguido de Marajó. Roteiro literário passando pelas Ilhas, Baixo Amazonas, Belém, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul... O padre Giovanni Gallo sem conhecer Hugues de Varine inventou o nosso primeiro ecomuseu e sem ler Dalcídio criou o inovador museu comunitário da terra adotiva do escritor de "Chove nos campos de Cachoeira". Na juventude, o futuro romancista queria ser enterrado debaixo da árvore Folha Miúda na beira do rio em frente ao chalé, quando morreu (1979) o sepultaram no Rio de Janeiro... Tantos rios na vida desse marajoara fora de série. O padre envelheceu e morreu no chão de Dalcídio, escreveu três livros, plantou um bosque ao lado do museu no qual um pé da idolatrada Folha Miúda, preparou o teso para demonstração aos turistas, que lhe serviu de túmulo.
Por tudo isto acredito que está mais do que na hora de levantar o Chalé no Choque ao pé do Museu: boa vizinhança entre o romancista da criaturada grande e o padre dos pescadores.
Guia básica para um projeto de remodelação do Museu
Em primeiro lugar, cientes do carma que nos toca como coletividade, carece acordar sobre aonde queremos chegar. Modestos no tamanho da passada, mas ambiciosos do esperançar da chegada do futuro.
Com esse objetivo em mente, será útil uma agenda a par da AGENDA 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir de um Protocolo-Quadro entre a Associação O Nosso Museu do Marajó e a Prefeitura Municipal de Cachoeira, possibilitando a esta dotar o MUSEU DO MARAJÓ de orçamento financeiro corrente e representação jurídica com interveniente perante a União, Estado do Pará e organismos internacionais para trato de assunto de interesse do museu;
Mediante o instrumento supracitado, promover concurso para elaboração de projeto contemplando hipótese de repatriamento de cerâmica arqueológica que se acha em museus estrangeiros ou remoção de peças de cerâmica marajoara de museus nacionais para um novo e adaptado Museu do Marajó no futuro;
Reconstrução do chalé de Dalcídio Jurandir no conjunto de equipamentos museológicos do Museu do Marajó para fins de turismo literário, conforme projeto de 2010, que acha no Departamento do Patrimônio Cultural, da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT-PA);
Em convênio com a Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC), confiar a esta interesses do Museu do Marajó junto ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), notadamente para criação de extensão ecomuseal do MdM destinada a envolver o município de Cachoeira do Arari em sua totalidade e os mais municípios marajoaras, sobretudo Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras e Santa Cruz do Arari na rota gastronômica do queijo do Marajó.
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