Padre Antônio Vieira (Lisboa-Portugal, 1608 - Salvador-Bahia, 1697) - Primeiro comunicador da ilha do Marajó no mundo português, deu em primeira mão a notícia da paz de 27 de Agosto de 1659 entre Nheengaíbas e Portugueses, celebrada na Igreja do Santo Cristo da aldeia dos Mapuás (agora Reserva Extrativista de Mapuá - Breves), segundo a Carta a El-Rei Dom Afonso VI datada de 29/11/1659 publicada em 11/02/1660. Naquela carta histórica, pela primeira vez, se tem melhor descrição da famigerada ilha grande vista ao longe e da gente que nela habitava falada como "canibal", acusação que pesou sobre habitantes da aldeia de Joanes que, supostamente, haviam assassinado e devorado o padre Luiz Figueira e seus companheiros náufragos na Baía do Sol, em 1643. O próprio "padre grande" contribuiu para divulgar o preconceito somente comprovado falso pelos estudos etnográficos de Kurt Nimuendajú, no século XX.
1º ENCONTRO DE COMUNICADORES DO MARAJÓ,
Salvaterra - Pará, 8 de Setembro de 2017.
Salvaterra - Pará, 8 de Setembro de 2017.
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum". Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
No próximo dia 8 de setembro ocorrerá o primeiro ENCONTRO DE COMUNICADORES DO MARAJÓ, em Salvaterra, Marajó-PA, a ter lugar no Centro de Convenções da Pousada dos Guarás. O evento vai reunir nomes da comunicação e da política nacional a respeito da importância da comunicação social para o desenvolvimento local e a integração regional do Marajó, com seus 16 municípios somando em conjunto população aproximada de 600 mil habitantes.
Evento organizado pela Federação Nacional dos Comunicadores (Fenacom), Regional Marajó, com objetivo de aproximar todos envolvidos no processo de comunicação dos municípios da região, mapeando comunicadores que atuam no Marajó, seja em mídias convencionais ou redes sociais fortalecendo a troca de informações e minimizando o isolamento geográfico entre os marajoaras, que dificulta e prejudica o desenvolvimento da vasta e rica região das ilhas.
Segundo Dário Pedrosa, da Regional Marajó/Fenacom, “Não sabemos ainda quantos veículos temos no total e nem quantos profissionais atuam, mas estamos avançando na identificação deste mapa e temos bons resultados. Só no grupo de whatsapp, que é a ferramenta que estamos usando agora para esta integração, já temos mais de 90 profissionais envolvidos, mas ainda faltam uns dois municípios”, pontuou ele.
A programação do encontro e mais informações sobre o evento podem ser obtidas junto à Fenacom Marajó pelo whatsapp (091) 98209-5478. Cá do meu cantinho, o Nheengaíba saúda os patrocinadores e participantes do primeiro Encontro, desejando-lhes que o mesmo se reproduza por muitas oportunidades no futuro e aproveita a ocasião para frisar os seguintes pontos, que após o encontro de Salvaterra ou no decorrer dele, possam merecer a reflexão no sentido do aperfeiçoamento ético e social da relação comunicador - público alvo:
1) Em primeiro lugar, é justo preocupar-se pela educação continuada dos comunicadores sociais voltados para comunidades regionais portadoras de cultura tradicional, como é o caso das diversas localidades da mesorregião Marajó. O cuidado com este trabalho pode ser recompensado pela preservação do patrimônio cultural e a conservação do meio ambiente, valorizando o turismo, hospitalidade de nossas cidades e a qualidade de vida da população.
2) Todavia, os comunicadores do Marajó devem estar cientes de que cerca de 50% dos marajoaras não sabem ler nem escrever. Além destes últimos, grande parte dos que sabem ler e escrever é constituída de analfabetos funcionais incapazes de interpretar um texto, não tem hábito de leitura nem acesso a livros. É claro que a comunicação fica muito prejudicada num meio social assim em desvantagem a empregos e investimentos públicos ou privados nos municípios.
3) Em tais circunstâncias dramáticas advindas do baixo IDH, nós devemos levar em conta a importância estratégica da radiodifusão, especialmente da rede de rádios comunitárias em conexão diária com a Rádio Cultura do Pará, por exemplo. Somam-se a isso diversas rádios Web como oportunidade de levar informação e entretenimento a comunidades das ilhas do "maior arquipélago fluviomarinho do mundo". Mais de 2000 mil ilhas onde, aproximadamente, 500 e tantos "aldeias" (comunidades locais) "escondem", a bem dizer, a gente marajoara citada com destaque na Constituição do Estado do Pará como destinatária da Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (Parágrafo 2º, VI, Art. 13). A primeira APA da Amazônia e que, pela dimensão e complexidade, deveria ser motivo de atenção nacional e internacional, levando a bom termo a candidatura do Marajó como a sétima Reserva da Biosfera brasileira dentre a Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Serra do Espinhaço, Pantanal e Amazônia Central, no programa Homem e Biosfera (MaB), da UNESCO.
2) Todavia, os comunicadores do Marajó devem estar cientes de que cerca de 50% dos marajoaras não sabem ler nem escrever. Além destes últimos, grande parte dos que sabem ler e escrever é constituída de analfabetos funcionais incapazes de interpretar um texto, não tem hábito de leitura nem acesso a livros. É claro que a comunicação fica muito prejudicada num meio social assim em desvantagem a empregos e investimentos públicos ou privados nos municípios.
3) Em tais circunstâncias dramáticas advindas do baixo IDH, nós devemos levar em conta a importância estratégica da radiodifusão, especialmente da rede de rádios comunitárias em conexão diária com a Rádio Cultura do Pará, por exemplo. Somam-se a isso diversas rádios Web como oportunidade de levar informação e entretenimento a comunidades das ilhas do "maior arquipélago fluviomarinho do mundo". Mais de 2000 mil ilhas onde, aproximadamente, 500 e tantos "aldeias" (comunidades locais) "escondem", a bem dizer, a gente marajoara citada com destaque na Constituição do Estado do Pará como destinatária da Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (Parágrafo 2º, VI, Art. 13). A primeira APA da Amazônia e que, pela dimensão e complexidade, deveria ser motivo de atenção nacional e internacional, levando a bom termo a candidatura do Marajó como a sétima Reserva da Biosfera brasileira dentre a Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Serra do Espinhaço, Pantanal e Amazônia Central, no programa Homem e Biosfera (MaB), da UNESCO.
4) Em assunto de comunicação social no Marajó, o onipresente radinho de pilha é "gênero" de primeira necessidade, objeto de estimação que já teve, tem e terá papel fundamental na comunicação da cidade para o mato e beira de igarapé. A notícia em lá chegando, cria pernas e bocas por meio da famosa "rádio cipó"... Claro está que os Comunicadores do Marajó devem ter grande consideração da rádio cipó como aliada e extensão da rede de rádios comunitárias, com um zelo verdadeiramente antropológico.
5) Ora, não quero nem posso esperar que comunicadores se tornem educadores para alfabetizar esta gente largada aí em plena maré entre chuvas e esquecimentos. Porém acho que os Comunicadores solidários podem e devem chegar juntos a professores e professoras. Dar uma palavra de vez em quando para mobilizar todo mundo em favor da AGENDA 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), lembrando a prefeitos, vereadores e deputados que o ANALFABETISMO é um estigma da sociedade e que ninguém pode mais ficar pra trás.
6) O maior inimigo da gente marajoara é o analfabetismo que escraviza e exclui o povo das oportunidades que surgem. Não podem as cidades crescer e sentirem-se seguras cercadas pelo interior sofrido... Os comunicadores devemos ter humildade de aprender duplamente: com os humildes que no dia a dia abastecem as melhores classe sociais e que tem ainda parte do conhecimento tradicional que se vai perdendo irremediavelmente... De outra parte com as universidades atuando em nossa região, através da extensão em educação continuada de modo a fazer desta Comunicação um instrumento de justiça e paz para todos.
7) Próximo a completar meus 80 anos de idade, sei que é inteiramente possível a cada uma de nossas cidades se tornar uma cidade educadora e que outras terras usaram com sucesso rádio, TV, igrejas, clubes, associações, voluntários e uma infinidade de recursos para derrotar o analfabetismo. Quisera eu, então, ter a merecendência de escutar ou ler notícia oficial declarando nosso Marajó velho de guerra LIVRE DE ANALFABETISMO. Para isto, acredito e boto fé que Salvaterra, que em 1939 com seus caruanas inspiradores, teve a subida honra de assistir o parto do romance "Chove nos campos de Cachoeira" e "Marajó", ambos de autoria do nosso "índio sutil" Prêmio Machado de Assis (1972), Dalcídio Jurandir; poderá esta antiga vila dar partida a um processo de comunicação libertadora.
Desde já desejo feliz e frutuoso Encontro a todas e todos Comunicadores do Marajó e seus convidados.
5) Ora, não quero nem posso esperar que comunicadores se tornem educadores para alfabetizar esta gente largada aí em plena maré entre chuvas e esquecimentos. Porém acho que os Comunicadores solidários podem e devem chegar juntos a professores e professoras. Dar uma palavra de vez em quando para mobilizar todo mundo em favor da AGENDA 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), lembrando a prefeitos, vereadores e deputados que o ANALFABETISMO é um estigma da sociedade e que ninguém pode mais ficar pra trás.
6) O maior inimigo da gente marajoara é o analfabetismo que escraviza e exclui o povo das oportunidades que surgem. Não podem as cidades crescer e sentirem-se seguras cercadas pelo interior sofrido... Os comunicadores devemos ter humildade de aprender duplamente: com os humildes que no dia a dia abastecem as melhores classe sociais e que tem ainda parte do conhecimento tradicional que se vai perdendo irremediavelmente... De outra parte com as universidades atuando em nossa região, através da extensão em educação continuada de modo a fazer desta Comunicação um instrumento de justiça e paz para todos.
7) Próximo a completar meus 80 anos de idade, sei que é inteiramente possível a cada uma de nossas cidades se tornar uma cidade educadora e que outras terras usaram com sucesso rádio, TV, igrejas, clubes, associações, voluntários e uma infinidade de recursos para derrotar o analfabetismo. Quisera eu, então, ter a merecendência de escutar ou ler notícia oficial declarando nosso Marajó velho de guerra LIVRE DE ANALFABETISMO. Para isto, acredito e boto fé que Salvaterra, que em 1939 com seus caruanas inspiradores, teve a subida honra de assistir o parto do romance "Chove nos campos de Cachoeira" e "Marajó", ambos de autoria do nosso "índio sutil" Prêmio Machado de Assis (1972), Dalcídio Jurandir; poderá esta antiga vila dar partida a um processo de comunicação libertadora.
Desde já desejo feliz e frutuoso Encontro a todas e todos Comunicadores do Marajó e seus convidados.
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