foto: Diário do Pará.
Na fronteira terral de mim comigo
os Warao cauterizam-me
o umbigo,
exposto ao sol inchado desse arame que é a linha do Equador.
Eles saem, pires em punho,
a esmolar nos cantos deste solo
que fora primado Tupinambá
e hoje flutua em lixos e tantas agonias.
Seus fados
ontem e hoje,
humilham-me a sanha humana
e minha pele esgarça a saga
de ontem quando a mãe da avó minha
perdera suas terras e aqui foi chegada,
descalça e surda de seus deuses
dos entrerrios do Marajó,
que passaram a ter outros donos.
Os Warao montam varal
decolores e desfilam seus mitos
Sob a mesma samaumeira
na qual Vieira pregou um verbo mordaz...
Os Warao redesenham o mapa deste grão
Do Grão-Pará: essa Babel de desditas.
A mulher humilhada pede esmola e
eu beijo-lhe a testa e me desculpo
Neste poema que para nada serve
Mas atravessa fronteiras de uma canção.
os Warao cauterizam-me
o umbigo,
exposto ao sol inchado desse arame que é a linha do Equador.
Eles saem, pires em punho,
a esmolar nos cantos deste solo
que fora primado Tupinambá
e hoje flutua em lixos e tantas agonias.
Seus fados
ontem e hoje,
humilham-me a sanha humana
e minha pele esgarça a saga
de ontem quando a mãe da avó minha
perdera suas terras e aqui foi chegada,
descalça e surda de seus deuses
dos entrerrios do Marajó,
que passaram a ter outros donos.
Os Warao montam varal
decolores e desfilam seus mitos
Sob a mesma samaumeira
na qual Vieira pregou um verbo mordaz...
Os Warao redesenham o mapa deste grão
Do Grão-Pará: essa Babel de desditas.
A mulher humilhada pede esmola e
eu beijo-lhe a testa e me desculpo
Neste poema que para nada serve
Mas atravessa fronteiras de uma canção.
( Santa Maria do Grão-Pará, 15 de desgosto de 2018)
Paulo Nunes.
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